'Manter os produtores de leite vivos na profissão é uma questão de soberania nacional'

Soeli Aparecida Lopes Zampieri é produtora de leite na pequena São Jorge, no Rio Grande do Sul. Ela tem 19 animais em lactação na propriedade da família e conta que teve que vender alguns para conseguir baixar os custos com produção de leite. "Essa é uma das piores crises que estamos enfrentando devido aos altos custos de produção. O quilo do milho chegando aqui a R$ 1,40 e soja em torno de R$ 3,35. A gente está fazendo a ração em casa para tentar diminuir um pouco os custos, mas não estamos calculando a nossa mão de obra. O preço do litro que a gente recebeu no mês passado, dia 15 de fevereiro, foi em torno de R$1,80”, diz. O sentimento de incerteza atinge também Volnei Schreiner, produtor em Victor Graeff, no noroeste do Rio Grande do Sul. Ele conta que o sentimento é de incerteza porque não sabe quanto vai receber pelo produto. “A produção está muito difícil. No último dia 15 de fevereiro, quando fomos receber o pagamento do leite, tinha uma baixa 6,4% . No mesmo dia, a ração veio para nós com um aumento de 9,35%, isso dá uma diferença de mais de 15%. Com a estiagem, aumentou nosso custo de produção, pois tivemos que comprar silagem. Na última semana, tivemos que comprar adubo para fazer a nossa pastagem e para plantar o milho safrinha. O adubo teve um aumento de 37%”, reclama.