A proibição do uso do herbicida Paraquat, em setembro de 2020, aqueceu a demanda por produtos usados para a dissecação da soja e algumas revendas pelo país relataram preocupação com a falta dos defensivos, fundamentais na reta final da safra de soja 2020/21. Com a demanda aquecida, os preços também disparam. Nos últimos 5 meses o preço do diquat, um dos substitutos do paraquat dobrou. De acordo com o doutor em ciências e especialista em produtividade agrícola, Dejalma Zimmer, faltou sensibilidade por parte da Anvisa. “Muitos produtores estão deixando de receber o manuseio adequado, porque o paraquat está ausente e o diquat subiu de preço. É evidente que a proibição do produto causaria um desequilíbrio”, diz. E não apenas a soja pode se prejudicar pela medida, mas a colheita do milho também. “O paraquat é um herbicida estratégico usado no final do ciclo da soja e começo do ciclo do milho. A cada dia de antecipação do milho pode significar uma saca de milho por hectare, e sem o herbicida toda a lavoura sofre. A decisão da Anvisa teve desdobramentos nada favoráveis”, lamenta.